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Como mudar esta situação?

Para resolver o problema da sub-representação das raparigas nas áreas STEM é necessária uma abordagem multifacetada. Implica mudar as perceções sociais, reformar as práticas educativas e prestar o apoio necessário para promover o interesse e a participação das raparigas nas áreas STEM. Mudando a forma como nos relacionamos com as raparigas e as STEM em todos os níveis - sociedade, escola e casa - podemos criar um ambiente mais inclusivo e encorajar as raparigas a prosseguir e prosperar nestas disciplinas. 

1.Promover exemplos a seguir positivos   

Uma das formas mais eficazes de inspirar as raparigas a seguirem carreiras STEM é dar a conhecer mulheres de sucesso que deram contributos significativos para estas áreas. As raparigas precisam de ver que as mulheres podem e conseguem destacar-se nas profissões STEM, para que se possam imaginar em funções semelhantes. 

Apresente às raparigas exemplos reais de mulheres cientistas, engenheiras, tecnólogas e matemáticas. Os/as professores/as podem incluir lições sobre modelos femininos históricos e contemporâneos como Ada Lovelace (matemática, frequentemente recordada como a primeira programadora de computadores), Mae Jemison (a primeira mulher afro-americana no espaço) e inovadoras modernas como Reshma Saujani (fundadora da “ "Girls Who Code”). Estas histórias não devem centrar-se apenas nas suas realizações, mas também nos seus percursos pessoais, incluindo os desafios que ultrapassaram. 

As escolas podem organizar dias de carreira ou eventos com oradoras convidadas em que mulheres profissionais de várias áreas STEM falam aos/às estudantes sobre o seu trabalho. Ouvir diretamente as mulheres que trabalham nestas áreas pode ajudar a dissipar estereótipos e mostrar às raparigas que as carreiras STEM são possíveis e gratificantes. 

2. Abordar e desafiar os estereótipos de género 

Desafiar os estereótipos de género é crucial para derrubar as barreiras mentais e emocionais que impedem as raparigas de enveredar pelas STEM. Tanto os/as professores/as, como os pais e mães desempenham um papel fundamental na promoção de um ambiente em que estes estereótipos sejam ativamente confrontados. 

Utilizar uma linguagem que evite reforçar os estereótipos. Os/as professores/as e os pais e mães devem evitar dizer coisas como: “As raparigas não são tão boas a matemática” ou “Os rapazes são melhores a resolver problemas”. Em vez disso, devem centrar-se nas capacidades e esforços individuais, promovendo a ideia de que o sucesso em STEM tem a ver com prática e persistência, e não com o género. 

Mais ainda, adapte as atividades STEM de modo a incluir os interesses tanto dos rapazes como das raparigas. Por exemplo, em vez de enquadrar os problemas de matemática em contextos tradicionalmente centrados no género masculino, como o desporto, tente utilizar cenários diversificados que sejam mais acessíveis a todos/as os/as estudantes, como questões ambientais, saúde ou tecnologia na vida quotidiana. Isto ajuda a garantir que as raparigas têm um sentido de relevância e ligação à matéria. 

As escolas devem também dar formação sobre preconceitos inconscientes aos/às professores/as para os/as ajudar a tomar consciência de como podem, involuntariamente, perpetuar estereótipos. Os/as professores/as precisam de refletir sobre os seus próprios preconceitos, como por exemplo, chamar mais frequentemente os rapazes para as aulas de matemática e ciências ou elogiar mais os rapazes por realizações técnicas. A consciencialização pode levar a práticas mais equitativas na sala de aula. 

3. Reformar práticas educativas 

É importante atualizar os currículos STEM para que sejam mais inclusivos e atraentes para as raparigas. Como já foi referido, isto pode envolver a integração de exemplos mais diversificados em termos de género, etnia e cultura. Incluir lições sobre mulheres cientistas, engenheiras e matemáticas: isto ajuda as raparigas a verem que pertencem às STEM. Além disso, os problemas STEM podem ser contextualizados em questões do mundo real que podem ter mais impacto nas raparigas, como a sustentabilidade ambiental, a saúde pública ou o impacto da tecnologia na sociedade. Organize atividades práticas como workshops de programação, desafios de robótica ou experiências científicas que incentivem a igual participação de todos/as os/as alunos/as. Certifique-se de que as raparigas participam ativamente e não são apenas observadoras. 

As escolas também podem criar ou promover clubes STEM e programas extracurriculares especificamente concebidos para incentivar a participação das raparigas. Estes clubes devem concentrar-se em tornar as STEM divertidas e colaborativas, proporcionando um espaço de apoio, onde as raparigas podem explorar estas áreas sem se sentirem intimidadas ou em menor número do que os rapazes. 

Além disso, as escolas devem criar programas de mentoria, onde alunas e profissionais de STEM podem orientar raparigas mais jovens. Este tipo de relação pode fornecer orientação, encorajamento e inspiração, mostrando às raparigas o que é possível nas STEM e dando-lhes um sentimento de pertença. 

4. Promover uma mentalidade de crescimento e confiança nas raparigas 

As raparigas debatem-se frequentemente com a falta de confiança nas suas capacidades STEM, mesmo quando têm um desempenho tão bom como os rapazes. Esta falta de confiança pode impedi-las de se envolverem plenamente em atividades STEM ou de continuarem a seguir estas disciplinas em fases posteriores da sua educação. Criar confiança e promover uma mentalidade de crescimento pode fazer uma diferença significativa, encorajando as raparigas a correr riscos, experimentar e desafiar-se a si próprias nas disciplinas STEM.

5. Envolver pais/mães e comunidades 

O apoio parental é crucial para moldar as atitudes das raparigas em relação às STEM. As comunidades e as famílias devem estar envolvidas na criação de um ambiente que encoraje as raparigas a explorar os seus interesses nestas áreas. 

Por exemplo, os/as professores/as podem organizar seminários para os pais e mães para os/as ajudar a compreender como podem apoiar as suas filhas na prossecução das STEM. Os pais e mães devem ser encorajados/as a promover a curiosidade, a fornecer recursos relacionados com as STEM em casa (como kits de ciência ou ferramentas de programação) e a evitar reforçar os estereótipos de género nas atividades e escolhas dos/as seus/suas filhos/as. 

As escolas podem também colaborar com organizações que promovem a participação das mulheres nas áreas STEM, tais como as iniciativas "Girls Who Code” ou “Women in Engineering”. Estas organizações podem fornecer recursos, oportunidades de orientação, bolsas de estudo e orientação profissional para raparigas interessadas em carreiras STEM. 


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