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Como oferecer uma orientação vocacional inclusiva em termos de género na minha escola?

Como oferecer uma orientação vocacional inclusiva em termos de género na minha escola?

A orientação vocacional inclusiva em termos de género nas escolas exige uma abordagem global da desigualdade entre homens e mulheres, esforçando-se por eliminar estereótipos e preconceitos.

A aplicação plena da orientação profissional inclusiva em termos de género na escola pode demorar algum tempo, uma vez que pode ser impossível efetuar todas as mudanças desejáveis num curto espaço de tempo. Em todo o caso, de acordo com o British Institute of Physics, é importante adotar um plano calendarizado com o objetivo de:

1. Ter um programa de educação e orientação vocacional que seja conhecido e compreendido pelos/as alunos/as, pais/mães, professores/as e entidades empregadoras.

Isto implica a necessidade de criar oportunidades para que todos/as aprendam sobre o preconceito de género, a fim de reduzir o risco de reforçar os estereótipos de género durante as atividades e discussões formais e informais relacionadas com a carreira.

Possíveis Ações:

  • Implementar um documento interno com diretrizes para opções de carreira e de estudo sem estereótipos.
  • Recolher e divulgar dados de progressão de anos anteriores pode ajudar a identificar tendências nas disparidades de género na sua escola.
  • Utilizar várias oportunidades para partilhar a mensagem de que os preconceitos de género não são aceitáveis ou inevitáveis e podem ser reduzidos utilizando estratégias adequadas.
  • Exercício: analise estes gráficos. Consegue comparar os dados com os da sua escola e do seu país?

2. Aprender com a informação sobre as carreiras e o mercado de trabalho.

Os/as estudantes e os pais/mães podem não ter conhecimentos exatos sobre a evolução dos mercados de trabalho e do ensino superior. Devem ter acesso a informação de qualidade sobre futuros percursos de estudo e opções de emprego para reduzir o risco de tomar decisões baseadas em estereótipos de género. Para incluir o maior número possível de pais/mães e alunos/as, as informações relevantes podem ser partilhadas através de vários canais, como boletins informativos, o website da escola, as redes sociais e os eventos escolares.

Possíveis Ações:

Exemplo de Boa Prática 1:

Calendário do Advento desenvolvido por escolas na Hungria com exemplos de formações e profissões.

Exemplo de Boa Prática 2:

Noite das Carreiras - um evento de exploração de carreiras para alunos/as do 8º ao 12º ano - Lituânia.

Organizada pela Associação de Especialistas de Carreira da Lituânia, uma equipa de 6 a 8 consultores/as de carreira visita as escolas para realizar atividades de carreira durante toda a noite.

O objetivo é centrar-se em temas relacionados com a carreira durante uma noite, proporcionando uma experiência de aprendizagem única e intensiva. Apesar da sua intensidade, a variedade de atividades e o equilíbrio entre aprendizagem e diversão garantem o máximo de envolvimento e benefícios.

Exemplo de Boa Prática 3:

Jogo cognitivo “Loto profissional"

 O “Loto Profissional” é um jogo de cartas para maiores de 12 anos, concebido para apoiar a aprendizagem sobre diferentes profissões e estimular o debate sobre a importância das qualidades pessoais na escolha de uma profissão e que pode ser utilizado por conselheiros de orientação profissional, para esclarecer os critérios de escolha de uma profissão de uma forma diferente.

Exemplo de Boa Prática 4:

Conjuntos de métodos de orientação profissional sensíveis ao género - Dia das Raparigas e Dia dos Rapazes

Dia das Raparigas - Perspetivas futuras para as raparigas

Todos os anos, as empresas técnicas e os centros de formação técnica, as universidades e os centros de investigação são convidados a organizar um dia de portas abertas para as raparigas. O Dia das Raparigas incentiva as pessoas que rodeiam as jovens - ou seja, as famílias, a escola, os meios de comunicação social e os empregadores - a participarem na campanha e a mudarem as suas atitudes comuns em relação à orientação profissional.

Dia dos Rapazes - Perspetivas futuras para os rapazes

No Dia dos Rapazes, os rapazes ficam a saber mais sobre as profissões de serviços no setor da educação, dos serviços sociais, dos cuidados de saúde ou outras profissões em que os homens estão sub-representados. Têm também a oportunidade de participar em atividades nos domínios do planeamento da vida e das competências sociais.


3​Aconselhamento e apoio adaptados às necessidades de cada estudante, considerando questões de igualdade e diversidade.

À medida que envelhecem, os/as estudantes são cada vez mais expostos/as a estereótipos de género, através de diferentes canais, incluindo os seus pares, encontros pessoais e cobertura mediática.

4. Ligar a aprendizagem curricular às carreiras. Em particular, os/as docentes de disciplinas STEM devem realçar a relevância das disciplinas STEM para uma vasta gama de futuros percursos profissionais.

Os/as professores/as podem ter e partilhar inconscientemente estereótipos de género sobre a dificuldade das disciplinas, empregos e competências de empregabilidade.

Possíveis Ações:

  • Use o vídeo inspirador do projeto português "Engenheiras por um dia": Vídeo promocional em inglês ou Inspiring Women, a one minute overview.
  • Antigos/as estudantes podem ser modelos muito poderosos para desafiar papéis de género tradicionais; procure oportunidades para os/as convidar a interagir com os/as alunos/as.
  • As entidades empregadoras têm frequentemente redes de género destinadas a aumentar a diversidade. Tente fazer a ligação com estas redes ao trabalhar com os/as empregadores/as.

5. Todos/as os/as alunos/as devem ter múltiplas oportunidades para aprender com entidades empregadoras e trabalhadores/as sobre diversos empregos e as competências valorizadas no local de trabalho.

Uma série de atividades de enriquecimento podem ser utilizadas, incluindo oradores/as convidados/as, mentoria e esquemas de empreendedorismo. É importante utilizar convites ou oportunidades direcionadas para superar os preconceitos de género, uma vez que existem ambientes fortemente genderizados em algumas indústrias. Também é relevante evitar o uso de nomes de empregos enviesados em termos de género (ex: "bombeiro/a" em vez de "bombeiro").

Veja o exemplo da Natixis: Portraying Natixis’Talented Women.


6​. Todos/as os/as alunos/as devem ter a possibilidade de ter experiências em primeira mão do local de trabalho – através de visitas de estudo, work shadowing e/ou experiência de trabalho – para ajudar na exploração de oportunidades de carreira e expandir as suas redes. Tais experiências devem também desafiar as crenças estereotipadas dos/as estudantes. Deve ser dada atenção aos atributos necessários para desempenhar a função, ao invés de estereótipos de género quando se convida os/as alunos/as.

7.  Todos/as os/as alunos/as devem compreender toda a oferta de percursos de aprendizagem que lhes estão disponíveis. Isso inclui tanto as vias académicas quanto as vocacionais, e a aprendizagem em escolas, faculdades e universidades.

Isto é importante para evitar que os/as estudantes procurem ou sejam guiados/as para cursos que correspondam à "norma" do seu género, como muitas vezes acontece.

Os folhetos e outros materiais informativos devem ser auditados previamente quanto aos preconceitos de género; em caso de preocupação, deve ser considerada a possibilidade de levantar a questão diretamente com a entidade fornecedora.

Pode inspirar a sua ação nos recursos e guias propostos pela campanha LIMIT LESS, preparada pelo IOP Institute of Physics ("School Careers Activities: A Limit Less campaign resource for IOP members and volunteers"), onde também encontra uma apresentação prática que pode utilizar.

Exemplo: veja Limit Less.


Front Cover of the Limit Less Campaign.

Além disso, para alguns exemplos de modelos de referência e mulheres inspiradoras em STEM, recomendamos que consulte os outros mini-treinos desenvolvidas pelo projeto STEMGenderIN:

  • “Histórias e exemplos de mulheres de sucesso nas STEM” cujo principal objetivo é compreender o impacto das mulheres como modelos de referência nas STEM, permitindo que os/as alunos/as analisem a importância de diversos modelos de referência femininos nas áreas STEM e identifiquem como a representação influencia o envolvimento, a motivação e as aspirações de carreira das alunas nas disciplinas STEM.
  • “O impacto de exemplos a seguir nas STEM” que visa aumentar a consciencialização sobre o fosso de género nas STEM e demonstrar como os modelos de referência podem ajudar a resolver este problema, promovendo a mentoria e destacando como os/as mentores/as fornecem apoio e orientação a longo prazo para ajudar as mulheres a superar desafios académicos e profissionais, a desenvolver competências chave e a construir confiança. 

8. Todos/as os/as alunos/as devem ter oportunidades para entrevistas de orientação pessoal com um/a conselheiro/a de carreira com formação adequada. Estas devem estar disponíveis sempre que forem feitas escolhas significativas de estudo ou carreira.

As entrevistas de orientação devem ser cuidadosamente planeadas para evitar estereótipos e preconceitos de género:

  • Juntamente com perguntas baseadas nas capacidades, interesses e conquistas do/a estudante, é importante considerar as suas qualidades pessoais, motivação e competências de empregabilidade. As competências de empregabilidade incluem comunicação, resolução de problemas, trabalho em equipa e tomada de decisões, e podem ser desenvolvidas em aulas, hobbies e empregos a tempo parcial. A utilização de um modelo para entrevistas pode ajudar a reduzir as suposições feitas sobre os/as alunos/as e garantir que as perguntas são imparciais.
  • Garanta que as declarações evitam os preconceitos de género e se concentram em competências e atributos, por exemplo, "Recomendo este curso, por causa dos seus interesses/conquistas…", em vez de "Recomendo este curso, porque outras raparigas que o fizeram gostaram…".
  • Assegure-se que o género é mencionado ao falar sobre empregos e desafie declarações de estudantes, docentes e famílias como "Enfermagem é uma boa escolha para raparigas" ou "Física é para rapazes". 
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