Comportamentos (inconscientes) diferenciados por género na educação
Comportamentos (inconscientes) diferenciados por género na educação
Mizala et al. (2023) apontam alguns dos principais fatores na educação que podem contribuir para um maior fosso de género nas aspirações a carreiras de STEM:
- As expectativas dos/as docentes em relação ao género podem afetar o progresso académico dos e das estudantes.
- Os manuais e materiais de sala de aula podem transmitir estereótipos de género.
- As interações entre docentes e estudantes podem ser enviesadas em termos de género.
- Os estereótipos de género afetam o sucesso académico em diferentes campos.
- As diferenças de género na aversão ao risco, na vontade de competir e na autoconfiança podem conduzir a disparidades de género em testes competitivos.
- Os estereótipos de género podem ocupar os recursos mentais necessários para os testes cognitivos.
- A conceção dos testes não é neutra em termos de género.
- Segregação tradicional entre os géneros nas áreas de estudo.
- Os/as docentes e o ambiente escolar no ensino secundário são cruciais na formação das preferências por cursos superiores.
O género ocorre no próprio funcionamento da escola e do sistema educativo enquanto instituição onde uma análise crítica do género tem estado notoriamente ausente (Monteiro et al., 2017).
O ambiente escolar é influenciado por um vasto conjunto de práticas que podem reforçar ou desafiar os estereótipos de género. Essas práticas vão para além dos manuais e das aulas, abrangendo estratégias de aprendizagem, atividades, serviços de apoio e até o envolvimento dos pais/mães e da comunidade. Por exemplo, uma escola dominada por docentes ou administradores das áreas STEM do sexo masculino transmite a mensagem de que estes domínios não são acolhedores para as mulheres. Os preconceitos sexistas, os estereótipos de género e as assimetrias de poder, profundamente enraizados no inconsciente coletivo, dão origem diretamente a práticas discriminatórias. Estas práticas criam um sistema em que a violência e o assédio de género se podem manifestar e ser reconhecidos, também nas escolas.
É por isso que as escolas devem desenvolver e implementar políticas, planos, regulamentos internos, serviços e instrumentos de monitorização concretos para identificar e combater essas desigualdades de género e manifestações discriminatórias. Os aspectos relacionados com os espaços físicos são também muito importantes. Por exemplo, a afixação de cartazes ou murais com cientistas ou inventores predominantemente do sexo masculino pode criar a impressão de que os domínios STEM são essencialmente para rapazes.
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