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O papel de ferramentas e jogos no desenvolvimento de competências e interesses nas STEM entre estudantes

O papel de ferramentas e jogos no desenvolvimento de competências e interesses nas STEM entre estudantes

A abordagem pedagógica STEM é essencial para promover o igualdade de género na ciência, tecnologia, engenharia e matemática - domínios cada vez mais importantes na nossa sociedade orientada para a tecnologia. É crucial colmatar o fosso entre os géneros nas STEM, uma vez que as escolhas de carreira continuam a ser influenciadas por estereótipos de género. A investigação mostra que as raparigas tendem a perder o interesse pelas STEM entre os 11 e os 15 anos, o que torna este um período crítico para a implementação de estratégias que promovam o envolvimento das raparigas. Sem intervenção durante estes anos, a curiosidade natural que muitas raparigas demonstram aos 11 anos pode desvanecer-se devido à falta de referências e a estereótipos persistentes.

Uma abordagem pedagógica de STEM inclusiva visa desafiar estes estereótipos, encorajando tanto as raparigas como os rapazes através da promoção de um ambiente de aprendizagem colaborativo, ligado ao mundo real, e que torna as disciplinas de STEM mais acessíveis. Ao incorporar projetos colaborativos e associar os conceitos STEM à vida quotidiana, os/as educadores/as podem criar um espaço onde as raparigas se sintam mais aceites e capacitadas, o que comprovadamente contribui para aumentar o seu envolvimento. Esta abordagem não só ajuda as raparigas, como também enriquece a experiência de aprendizagem de todos/as os/as estudantes, realçando a criatividade, o trabalho de equipa e a resolução prática de problemas.

Uma das formas mais eficazes de introduzir estes conceitos quando os/as estudantes entram na escola, estudam, etc., é através de ferramentas e jogos. Os dispositivos concebidos para estimular a resolução de problemas, a criatividade e o pensamento crítico podem influenciar significativamente o percurso de aprendizagem inicial de um/a estudante.

É também essencial que os/as educadores/as adotem ativamente esta abordagem de STEM inclusiva e se concentrem em evitar qualquer forma de discriminação baseada no género. Os/as docentes desempenham um papel crucial na formação das perceções dos/as estudantes sobre as STEM, através da criação de um ambiente de aprendizagem que seja favorável, equitativo e isento de preconceitos. Ao abordar e desafiar conscientemente os estereótipos, os/as educadores/as podem garantir que todos/as os/as estudantes se sentem igualmente encorajados/as a explorar as disciplinas STEM.

Os/as docentes devem utilizar uma linguagem inclusiva, destacar diversos modelos de referência e exemplos a seguir e implementar métodos de ensino que apelem a uma vasta gama de estilos de aprendizagem. Quando os/as educadores/as se concentram na construção de uma cultura de sala de aula que valoriza a diversidade e promove a igualdade de oportunidades, ajudam a desmantelar as barreiras que, de outra forma, poderiam desencorajar as raparigas de seguirem as áreas STEM. Este compromisso não só reforça a confiança e o interesse de cada um/uma, como também promove um ambiente de sala de aula em que todos/as os/as estudantes, independentemente do género, se sentem capacitados/as para atingir todo o seu potencial nas STEM.

  1. Entre as diversas atividades estimulantes, pode ser incluída uma sessão de “Myth-Busting” onde os estereótipos comuns sobre as raparigas e as STEM (por exemplo, “As raparigas não são boas a matemática”) são abordados com dados e contra-exemplos. A isto pode seguir-se um debate sobre a forma como estes estereótipos afetam a auto-perceção e as escolhas académicas das alunas.  
  2. A metáfora do “leaky pipeline” é frequentemente utilizada para descrever o abandono das mulheres dos domínios STEM em várias fases da sua educação e carreira. Esta metáfora ilustra bem a perda persistente de mulheres ao longo do percurso que vai do interesse inicial pelas STEM até ao ensino superior e, por fim, às profissões STEM. A fuga não se dá de forma aleatória; há pontos específicos em que as mulheres têm uma probabilidade desproporcionalmente maior de sair (National Science Foundation, 2023). 
  3. A transição do ensino secundário para a universidade: As mulheres podem optar por não frequentar cursos STEM por falta de confiança, por anteciparem dificuldades ou por falta de encorajamento.  
  4. Durante os estudos de licenciatura: A ameaça do estereótipo, um fenómeno onde os indivíduos se sentem em risco de confirmar estereótipos negativos sobre o seu grupo social, pode prejudicar o desempenho e a persistência das mulheres nos cursos STEM (Steele, 1997). 
  5. A decisão de enveredar por cursos superiores: As mulheres podem sentir-se desencorajadas pela cultura exigente, pelas oportunidades limitadas de orientação e pelos preconceitos na avaliação dos programas de licenciatura 
  6. A transição dos cursos superiores para as carreiras STEM: As mulheres podem enfrentar preconceitos na contratação, salários desiguais, oportunidades limitadas de progressão e falta de políticas favoráveis à família nos locais de trabalho STEM (Hill et al., 2010). 
  7. A resolução do "leaky pipeline" exige intervenções abrangentes a todos os níveis, desde o combate aos estereótipos na escola primária até à implementação de práticas e políticas inclusivas no local de trabalho.

Para melhor perceber como se podem empoderar as raparigas nas STEM, veja o seguinte vídeo.


Onde a inovação se conjuga com o desempenho

Esta TEDx talk destaca a importância dos brinquedos de STEM inclusivos na formação das perceções das jovens raparigas sobre a ciência e a tecnologia. Ella Gardiner, uma defensora da igualdade de género nas STEM, discute como a exposição precoce a ferramentas de aprendizagem interativas pode ter um impacto significativo na confiança das raparigas nas disciplinas STEM. Os/as educadores/as podem utilizar este vídeo como um exemplo de como os brinquedos e as estratégias de aprendizagem baseadas nos jogos podem mudar a forma como as raparigas percecionam as áreas STEM.


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